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Na Palestina, todos vamos parar, por Ana Helena Tavares


Na Palestina, todos vamos parar, por Ana Helena Tavares


Faz-se noite por onde passaram os filisteus

Faz-se noite sob a sombra do belicismo

daqueles para quem a paz não interessa;


Faz-se noite e a manhã não começa

Escureceram o sol, já não ouvem Deus

aprisionaram sua voz num abismo.


Faz-se noite sobre um mundo de sofás atentos

Assiste-se ao sangue derramado pelo vil metal

Negócios, negócios, paz à parte.


Em que parte? Para que olhos? Não é um filme?

Mas os olhos das mães de Gaza choram

Lágrimas, lágrimas, ficção à parte.


Não sei como defender os generais do Estado

depois de tantos cogumelos nocivos à humanidade

cravando de mortes a terra onde Cristo escolheu viver.


Impedindo o broto de chegar à mocidade

fazendo vidas valerem menos que poder

e tapando o sol com balas de canhão.


Contam com a inércia de um mundo doente

Ouvi dizer por esse meu Brasil:

“Não sou judeu nem palestino. Para que me preocupar?”


Faz-se noite nesta mente senil

que só com a morte frente a frente

verá que, na Palestina, todos vamos parar.


Ana Helena Tavares


- Esse poema foi escrito em 15 de janeiro de 2009, mas poderia ter sido escrito em 2023 e, infelizmente, ainda será atual por muito tempo.

 
 
 

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