
É outro dia na Alameda Casa Branca
(por Ana Helena Tavares)
Uma emboscada. Um delegado e seus capangas. Um corpo.
Aquele dia hoje é semente.
O corpo vive em outros corpos.
O ano era 1969.
O delegado Fleury.
O corpo mais um na conta dele.
O ano é 2023.
O delegado deixou resquícios nas delegacias.
O corpo deixou estampas nos movimentos.
Marighella, o poeta, o gênio.
Fleury, o sádico, o monstro.
A mesma mídia que transformou poetas em terroristas está aí.
Mas as pedras das alamedas tudo registram.
O mundo mudou. As guerras e genocídios não.
O Brasil mudou. As lutas e necessidades nunca.
Mas é outro dia na Alameda Casa Branca.
Lá o corpo tombou. Lá ele já renasceu.
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